Aportar valor aos Cuidados Críticos Respiratórios
Em contexto Covid-19, e para o suporte ventilatórios não invasivo destes doentes, a SPCI recomenda, para os casos em que haja falência da oxigenoterapia convencional, um ensaio de oxigenoterapia de alto fluxo por cânulas nasais ou ventilação mecânica não invasiva utilizando Continuous Positive Airway Pressure (CPAP)1.
À medida que a pandemia evolui, é evidente que a CPAP é fundamental para o tratamento da doença. A redução da necessidade da ventilação invasiva tem-se tornado uma estratégia importante na gestão dos recursos da UCI.
O papel da CPAP na prevenção da intubação
O estudo de Lawton et al2 reportou resultados para 559 pacientes internados com COVID-19. Após a terapia por CPAP, 64% dos doentes que eram candidatos a escalar, evitaram a intubação. Além disso, esta abordagem demonstrou uma poupança da despesa, diminuindo o tempo de permanência na UCI de nível 3.
O impacto ambiental também é reduzido devido à utilização de um circuito universal que ajuda à diminuição do consumo de plásticos, e os benefícios sociais são evidentes dado que esta terapia reduz o stress tanto para o paciente como para o cuidador.
Protecção reforçada com o capacete
O estudo Rali et al3 destacou uma preocupação significativa com a exposição dos profissionais de saúde a agentes patogénicos virais aerossolizados ao administrar NIPPV com uma máscara facial. A interface do capacete alcança o duplo objectivo de fornecer NIPPV, ao mesmo tempo que minimiza a aerossolização.
A solução oferecida pela Armstrong Medical, o AquaVENT® FD140i, é um motor de fluxo de dupla terapia com capacidade de alto fluxo a 140l/m, que fornece HFOT e CPAP de forma segura e eficaz com modos específicos para pacientes recém-nascidos, pediátricos e adultos. Fornece monitorização respiratória precisa para que o profissional clínico possa fazer uma avaliação informada:
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Temporizador de terapia para ajudar à vital avaliação precoce.
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Frequência respiratória.
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Alarmes de pressão e apneia.
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Curva respiratória sensível que destaca o esforço respiratório do paciente e ajuda na fixação de taxas de fluxo ideais:
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Fluxo insuficiente - fluxo abaixo do PIR do paciente fará com que a pressão das vias respiratórias desça abaixo do nível desejado e aumente o esforço respiratório.
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Excesso de fluxo - O excesso de fluxo acima do PIR do paciente aumentará a PEEP e desperdiçará oxigénio.
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Fluxo optimizado - O fluxo ideal manterá a pressão desejada durante as fases inspiratória e expiratória, minimizando o esforço respiratório do paciente.
A mais valia deste técnica em contexto Covid-19 revelou que também é fundamental no cenário pós-pandemia, provando conseguir os melhores resultados para os pacientes. É ideal para pacientes com insuficiências respiratórias hipoxémicas que requerem um fluxo mais elevado de oxigénio.
Em Portugal, verificou-se que, após as primeiras doze horas de terapia, o paciente já consegue tirar o capacete e fazer pausas no alto fluxo com cânulas nasais. Regra geral, o paciente tem alta decorridas 72 horas, quando a permanência em cuidados críticos seria muito mais prolongada, o que aumenta a capacidade de resposta por parte do hospital.
Portanto, uma intervenção precoce com a terapêutica correcta ajuda a prevenir ou reduzir a escalada de cuidados.
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Não há atrasos na escalada de HFOT para CPAP à espera de dispositivos CPAP disponíveis.
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Uma transição mais fácil da CPAP para HFOT melhora o desmame e o descanso, a higiene oral, alimentação e objectivos sociais.
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O feedback em tempo real sobre o trabalho de respiração do paciente pode ajudar na adaptação da terapia para satisfazer as necessidades do paciente.
Este dispositivo versátil é benéfico para vários departamentos de cuidados agudos, pré-e pós-operatório, de pessoas com problemas respiratórios, fumadores, ou obesos, onde seja benéfico uma terapia de alto fluxo, com o propósito de agilizar e aumentar a qualidade da prestação de cuidados.
1 https://www.spci.pt/media/covid-19/Recomendacoes_SPCI_oxigenoterapia_suporte_V2.pdf
2 Lawton et al, 2020, Reduced ICU demand with early CPAP and proning in COVID-19 at Bradford: a single centre cohort, https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.06.05.20123307v1
3 Rali et al, 2020, Helmet CPAP revisited in COVID-19 pneumonia: A case series, Can J Respir Ther Vol 56, https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7427972/